04 de setembro de 2013
No último dia 26, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou a NBR 16201:2013 – Cruzetas roliças de eucalipto preservado para redes de distribuição elétrica, considerada por Flávio C. Geraldo, presidente da ABPM (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira) uma significativa conquista da entidade. “Desde a sua fundação, a ABPM tem seguido rigorosamente uma de suas vocações, que é o apoio ao mercado por intermédio do desenvolvimento de retaguardas técnicas e legais. Esta é a terceira Norma Técnica publicada somente este ano, o que mostra o empenho da entidade em fortalecer o segmento de madeira tratada no país.
O trabalho que culminou com a publicação da NBR 16201:2013 foi iniciado pela ABPM há mais de sete anos, quando a associação identificou a oportunidade de apresentar o produto “cruzetas roliças” no XVII SENDI – Seminário Nacional de Energia Elétrica – mais importante evento do setor elétrico nacional, realizado em Belo Horizonte (MG), em 2006, organizado pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). De acordo com Elcio Lana, Diretor Adjunto de Normatização da ABPM, tanto naquela ocasião como na elaboração da norma, a entidade pode contar com o importante apoio da CEMIG, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e de algumas empresas associadas.
Lana enfatiza a importância tanto da revisão de textos antigos quanto da elaboração de novos. “Entendo a publicação dessa norma como forma de desenvolver e disciplinar o mercado, com orientações tanto ao produtor quanto ao consumidor”. Ele ainda destaca que o processo que envolve esse trabalho demanda planejamento, organização, pesquisas, estudos e muitas discussões técnicas entre os membros que compõem as Comissões de Estudos (CE’s) que representam o setor produtivo, o consumidor e entidades neutras como institutos de pesquisas e Universidades.
Geraldo acredita nas Normas Técnicas como instrumentos de abertura e consolidação de mercados. “Definitivamente, é importante a percepção não só dos associados, mas também das demais empresas do setor, de que o desenvolvimento de textos normativos é um trabalho de base, silencioso, sem o qual um determinado mercado não encontra retaguarda para se consolidar. Não é por coincidência que os mercados da madeira tratada hoje estabelecidos são exatamente aqueles amparados por normas técnicas, afinal com base na norma, o fornecedor tem condições de garantir ao usuário o desempenho do produto”.
Madeira tratada no Brasil – De acordo com dados estimativos da ABPM, o volume de madeira tratada em autoclave por ano é de apenas 1,5 milhão de m³, sendo que 15% vai para o setor elétrico. O maior percentual (de 60 a 65%) vai para a área rural, em especial mourões para cerca; 15% para o segmento ferroviário) e entre 5 e 10% é utilizado na construção civil (de 60 a 65% ).
Normas Técnicas em 2013 – Além da NBR 16201, este ano ABNT a publicou as normas NBR 6232 – Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão – e NBR 16143 – Preservação de Madeiras – Sistema de categorias de uso, que a entidade considera como um marco para o setor . Elcio Lana promete: “Vem mais por aí”.
Qualitrat e Normas Técnicas – Flávio C. Geraldo ainda chama a atenção para a importância do conjunto formado pelo programa de autorregulamentação do setor de madeira tratada, lançado em 2012, e pelas normas técnicas. “Enquanto o Qualitrat atesta a qualidade e a legalidade na produção da madeira tratada pelas usinas de preservação, a norma garante a parte técnica”.