PERSPECTIVAS
Setor madeireiro otimista para 2019
O novo ano começa com boas perspectivas para a cadeia de base florestal brasileira. Além de alguns números positivos, a conjuntura – política e econômica – promete imprimir um novo ritmo ao crescimento do país e aos negócios. A expectativa, na avaliação da diretoria da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM), é de que as reformas estruturantes necessárias para destravar o desenvolvimento da economia sejam feitas pelo atual governo.
“Com isso, esperamos um reaquecimento de setores como construção civil, agronegócio, energia, entre outros, gerando uma demanda natural por produtos de madeira”, avalia o presidente da ABPM, Gonzalo Lopez.
Uma novidade recente, que pode impactar diretamente no setor, foi o lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas – Plantar Florestas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com ações previstas para os próximos dez anos. O objetivo é aumentar em 2 milhões de hectares a área de cultivos comerciais até 2030. Atualmente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área cultivada chega a 10 milhões de hectares, principalmente com eucalipto, pinus e acácias.
O segmento de florestas plantadas tem uma participação importante na balança comercial do agronegócio, sendo que no ano passado, as exportações só ficaram atrás do complexo soja, carnes e setor sucroalcooleiro. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o país lidera o ranking de produtividade florestal, com média de 35,7 m³/ha/ano, o que representa quase duas vezes mais a produtividade dos países do hemisfério norte. A área com florestas plantadas ocupa apenas 1% da área do país, mas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais.
Entre as medidas apresentadas pelo documento está a necessidade de internalizar a cadeia produtiva florestal no Ministério da Agricultura, já que, apesar da gestão política ter passado para esse ministério, na prática, seus sistemas de informação, apresentações de resultados anuais e superintendências estaduais não incluem o setor florestal. Ou seja, a estrutura interna do MAPA ainda não considera o setor florestal como parte sistêmica.
Há ainda a orientação de os investimentos em plantios florestais estão condicionados à criação de mecanismos econômicos capazes de gerar demanda adicional para produtos florestais, para tornar a atividade atrativa. Isso passaria pelo apoio a um aumento da produção industrial, da geração de energia a partir de biomassa florestal, do uso da madeira na construção civil, entre outras fontes de demanda, gerando equilíbrio de mercado e manutenção do valor dos produtos florestais, tornando a atividade florestal atraente economicamente.
O Plano estabelece como visões até 2030 um ambiente de negócios favorável, com segurança jurídica aos investimentos em florestas plantadas, desde o segmento fornecedor de insumos até o consumidor final, além de tornar o setor de florestas plantadas reconhecido nacionalmente pela sua importância econômica, social e, especialmente, pelos seus efeitos positivos ao meio ambiente, à preservação das florestas nativas e à mitigação dos gases do efeito estufa.
JUBILEU DE OURO
2019 marca os 50 anos de fundação da ABPM
Os preparativos para o ano de celebração do cinquentenário da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM) já começaram. Além do selo comemorativo, que passa a ser usado em todos os materiais de divulgação institucional, está sendo preparado conteúdo sobre a história da entidade a partir de entrevistas com ex-presidentes e sócios-honorários que fizeram parte da fundação da associação. Uma forma de homenagear quem esteve à frente dos primeiros anos da ABPM e de recontar fatos marcantes desses 50 anos. Em breve também, um novo site, totalmente remodelado, estará no ar para levar ainda mais conteúdo para os associados e o mercado.
Acompanhe os comunicados e os canais de comunicação da ABPM para ficar por dentro de todas as ações da entidade.
NOVOS ASSOCIADOS
A ABPM inicia 2019 comemorando os excelentes resultados alcançados com a adesão de novos associados à entidade. Em menos de um ano, o crescimento foi 30% na base associativa. Confira as empresas que recentemente passaram a integrar a associação. Confira a seguir duas empresas que passam a integrar a entidade:
Companhia do Vale do Araguaia
A Companhia do Vale do Araguaia se tornou uma das novas associadas da ABPM. A empresa foi fundada em 2005 e se dedica à produção sustentável de madeira teca no Brasil, ofertando aos seus clientes produtos diferenciados e de qualidade. A indústria e a área florestal da Vale do Araguaia estão localizadas entre as cidades de Água Boa e Canarana, no Mato Grosso.
Segundo informações divulgadas pela própria companhia em seu site, a teca é uma madeira durável, estável e de boa resistência, com a vantagem de ser um pouco mais leve em relação a outros tipos de madeira com as mesmas características. Para a Vale do Araguaia, a teca se transformou em uma opção com grande futuro no mercado brasileiro por ser uma alternativa às madeiras nativas da Amazônia, como o mogno, cedro, cerejeira e freijó.
Entre os produtos ofertados atualmente pela empresa estão os mourões de teca, feitos com madeira tratada para maior proteção, resistência e durabilidade. Eles são usados em paisagismo e na construção de cercas e outras finalidades em propriedades rurais. A Vale do Araguaia também atua no setor de biomassa, para a produção de energia, com a comercialização de toras e cavacos. Entre os clientes estão frigoríficos, cerâmicas e empresas relacionadas ao agronegócio, como as que possuem secadores de grãos.
A companhia informa que vai disponibilizar a partir deste ano novos produtos. A madeira serrada de alta qualidade dará forma a blocos, pranchas, tábuas e ripas, com destinação aos segmentos de fabricação de móveis, decks, pisos, portas e janelas, além de outros artefatos de madeira.
Para saber mais acesse: http://valedoaraguaia.com.br/produtos.html
Ekomposit
Localizada em Lages (SC), a Ekomposit tem como carro chefe a produção de madeira engenheirada através da técnica do LVL (laminated veneer lumber), que por sua vez tem como base a madeira de reflorestamento tratada em autoclave. Pioneira no país na produção e comercialização de madeira engenheirada, a empresa está otimista para 2019. “Estamos confiantes de que o ano será bem aquecido, pretendemos atingir a produção de 1000 m³/mês de madeira engenheirada. O associativismo com a ABPM é fundamental para difusão dos conhecimentos a respeito da madeira tratada como recurso natural renovável de ciclo curto e alta durabilidade”, afirma o engenheiro da Ekomposit, Marcelo Risso.
De acordo com o engenheiro, a participação na ABPM tem como objetivo somar conhecimentos e aperfeiçoar técnicas sobre a madeira tratada para atender as normas técnicas e exigências de órgãos regulamentadores. “Através da Associação buscamos expandir a utilização de madeiras preservadas e também fortalecer e consolidar o consumo de recursos renováveis no mercado”, completa.
A Ekomposit, em operação desde 2016 no Brasil, conta com representantes comerciais em diferentes regiões do país (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Bahia).
A viga produzida em LVL, destinada para o mercado da construção civil, é considerada uma inovação para o mercado nacional de construção com madeira. O produto tem como base compósitos estruturais de madeira laminada que conferem ao produto final características técnicas com alto desempenho. Foi projetada para ser aplicada como uso estrutural: vigas, caibros, terças, pilares, travessas e longarinas empregados em projetos de telhados e de estruturas em geral.
Para saber mais: www.ekomposit.com.br