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A ABPM está na luta contra o Coronavírus. – Boletim Informativo ABPM 701

Nº 701 - MARÇO DE 2020

A ABPM está na luta contra o Coronavírus. Faça sua parte!!!

VOLTA ÀS ORIGENS

PEQUENO MUNICÍPIO CATARINENSE REVITALIZA PONTES COM MADEIRA TRATADA PARA AUMENTAR RESISTÊNCIA DE TRAVESSIAS DA REGIÃO

Após anos de investimentos em travessias de concreto e até mesmo de ferro, as pontes de madeira caíram novamente no gosto dos brasileiros. Mais eficientes, econômicas, duráveis e charmosas, elas têm sido cada vez mais usadas pela iniciativa privada e também por administrações públicas por todo o país, com o objetivo de otimizar tempo e dinheiro.

Como um dos materiais mais utilizados pela construção civil, as estruturas que a utilizavam passaram por um processo de deterioração e substituição – muito em razão do uso de madeiras sem tratamento adequado, cedendo lugar às estruturas com outras matérias-primas. Mas com o desenvolvimento de diversas tecnologias construtivas, além da disseminação da informação da indústria florestal, os problemas começaram a ser corrigidos e, em muitos casos, elimina- dos pelos profissionais do ramo.

“Além do valor muito abaixo comparado às outras concorrentes, as pontes de madeira também possuem uma durabilidade média bem semelhante quando comparadas com travessias de concreto, por exemplo, além de poder aguentar uma carga similar. Sem contar o caráter estético, que tem sido olhado com mais carinho pelos gestores”, afirma o professor Dionísio Teixeira, especialista em engenharia da madeira.

Os novos sistemas construtivos combinam técnicas trazidas de outros países, como Canadá e Suécia, e a matéria-prima originária de reflorestamento no Brasil é especialmente tratada para enfrentar condições locais de umidade e ataque de insetos e de fungos. Outra vantagem também resgatada e confirmada pelos pesquisadores brasileiros é o baixo custo dessas construções. Elas podem ser construídas por um valor cerca de quatro a cinco vezes menor.

Essa simples conta matemática foi feita pela prefeitura de Salete, no norte de Santa Catarina. A Secretaria de Obras do município tem realizado, desde o começo da gestão, em 2017, diversas reformas em pontes interditadas do município. Recentemente, foi a vez da comunidade de Santa Margarida receber uma nova ponte de madeira.

Com cerca de 7m (metros) de comprimento por 3m de largura, a construção erguida a partir da madeira eucalipto servirá para melhorar o deslocamento de moradores e também no escoamento da produção agrícola da cidade, conhecida por seu cultivo de tabaco e de grãos.

“Somos um pequeno município de pouco mais de sete mil habitantes, então precisamos de muita responsabilidade fiscal. As pontes de madeira surgiram para atender as demandas e melhorar os acessos pelo interior, a um preço acessível ao nosso orçamento”, explicou o secretário de obras, João Kniess.

O projeto de revitalização e construção de novas pontes em madeira tratada já atendeu cerca de 22 locais no município de Salete, dentre estradas gerais, áreas urbanas e acesso a propriedades agrícolas. “Tudo a seu tempo, mas a ideia é expandir não apenas para pontes, mas também para paradas de ônibus, lixeiras e demais utilitários que possam se beneficiar desse material tão rico que é a madeira”, acrescentou Kniess.

Existe um manual sobre pontes de madeira editado pelo Lamem de São Carlos. O título é “ Manual de Projeto e Construção de Pontes de Madeira”. Maiores informações sobre esse manual favor entrar em contato com a ABPM.

Fonte: Revista Referência Industrial, Ed. 215, Fevereiro/20.

FEIRAS DO SETOR SÃO ADIADAS NO BRASIL DEVIDO AO COVID-19

Que a Covid-19 está mudando a rotina do mundo inteiro, todos já estão sabendo. Para o mercado de eventos isso foi ainda mais acentuado. Dentro do setor que movimenta a madeira, vários encontros, agendas, workshops, reuniões, feiras, também foram cancelados ou remarcados.

Das mais relevantes feiras e eventos que estavam para acontecer nesse primeiro semestre no mercado brasileiro e da América do Sul, estão:

FEICON BATMAT – a maior feira da construção civil da América Latina estava pra acontecer entre os dias 31 de março a 03 de abril no São Paulo Expo. Foi remarcada para os dias 15 a 18 de setembro no mesmo local. Mais informações: www.feicon.com.br

FEIRA FORMÓBILE – a tradicional feira para a cadeia moveleira e madeireira estava marcado para os dias 30 de junho a 03 de julho no São Paulo Expo. Essa data foi cancelada e em breve a ForMóbile deve anunciar nova data. Mais informações: www.formobile.com.br

MY WOOD HOME – o evento sobre o sistema construtivo em madeira, Woodframe, estava marcado para Maio desse ano em Piracicaba, e foi adiado para Maio de 2021. Mais informações: www.mywoodhome.com.br

EXPOCORMA – a tradicional feira florestal do Chile, já havia sofrido mudança ano passado por causa das manifestações sociais no país. Esse ano era pra ter acontecido dias 25 a 27 de março, e foi postergado sem data definida. Maiores informações: www.expocorma.cl

INTERZUM BOGOTÁ – a feira moveleira mundial da Colômbia estava marcado para os dias 26 a 29 de maio. Também foi cancelada para uma data ainda não definida. Maiores informações: www.interzum-bogota.com

NOVO ASSOCIADO

A empresa Cerne Tratamento é a mais nova associada da ABPM. Localizada na cidade de Presidente Bernardes (SP), a Cerne é uma empresa que atua 100% no mercado rural no setor de preservação de madeiras em autoclave, sob vácuo e pressão, produzindo palanques, mourões, ripões e balancins.

A produção da empresa utiliza a madeira Eucalipto, extraída exclusivamente de áreas reflorestadas, mantendo assim todo o cuidado com meio ambiente.

A Cerne realiza através de laboratórios especializados, análises constantes visando manter sempre a alta qualidade de seus produtos.

Para o sócio proprietário da empresa, Flávio Passone Severino, a Cerne se associou a ABPM para fortalecer o mercado da madeira tratada. “Viemos para juntar força e combater as pessoas que produzem errado. Precisamos tornar esse mercado cada vez maior e com mais credibilidade”, conta Flávio.

POR QUE CONSTRUIR PRÉDIOS COM MADEIRA?

Uma migração da população para os centros das cidades provocou explosões maciças de construção de edifícios em todo o mundo. Com falta de recursos e espaço como consequência da rápida urbanização, novas formas de construção de edifícios sustentáveis devem ser exploradas.

A construção em MADEIRA MASSIVA oferece soluções viáveis para a consciência ecológica dos blocos de apartamentos tradicionais de vários andares, usando menos concreto e menos aço.

Em um mundo em que a indústria da construção é responsável por 40% a 50% das emissões de CO2, materiais renováveis, como madeira, podem ajudar a reduzir a taxa de aquecimento global. A madeira sequestra o dióxido de carbono a uma taxa de 1 a 1,2 toneladas / m3 de madeira e tem uma pegada de carbono de fabricação relativamente baixa em comparação com outros materiais. De fato, a madeira é o único material que pode remover o carbono da atmosfera durante toda a vida útil de seu uso. Quando produzida de maneira sustentável, a MADEIRA MASSIVA pode ser extraída e reabastecida com menos impactos ambientais duradouros.

Novas tecnologias de engenharia e técnicas modernas de construção aprimoraram os recursos da construção em MADEIRA MASSIVA, particularmente na construção de prédios. Madeira laminada cruzada (ou CLT) e madeira laminada colada (ou MLC) são dois métodos de produção de madeira engenheirada que permitiram um crescimento vertical significativo na construção civil.

A madeira laminada cruzada (CLT) é composta de várias camadas de madeira seca em estufa, que são empilhadas alternadamente perpendicularmente uma à outra, coladas e pressionadas. O número de camadas em uma seção é determinado pelos requisitos estruturais do painel. Os usos dos painéis CLT são para pisos, paredes e telhados.

A madeira laminada colada (MLC ou Glulam) é um elemento de madeira engenheirada estrutural composto por tábuas de madeira seca e adesivo estrutural. As fibras das tábuas correm paralelas ao seu comprimento, aumentando sua resistência. O MLC é frequentemente usado para treliças, vigas e pilares.

Existem muitas boas razões para explorar todo o potencial da madeira como material de construção de alto desempenho e substituto viável do aço e do concreto:

1. Velocidade de construção: Fácil de trabalhar, a madeira é facilmente modificada no local e produz pouco desperdício. Os painéis de madeira de montagem rápida fornecem uma plataforma durante a construção e as seções pré-fabricadas podem ser fabricadas fora do local, diminuindo o tempo total de construção. Lembre-se que tempo é dinheiro. Menos tempo na obra, mais barata a obra fica.

2. Impacto ambiental: a madeira é um recurso 100% renovável de seqüestro de carbono. De maneira sustentável, a madeira pode ajudar a reduzir nossa pegada de carbono.

3. Segurança e desempenho: em caso de incêndio, a capa carbonizada que forma na madeira permite que a estrutura de madeira restante seja isolada do fogo, por um tempo, antes da falha estrutural – proporcionando aos ocupantes tempo necessário para escapar. A madeira também fornece resiliência sísmica.

4. Peso estrutural reduzido: como a construção em madeira pesa significativamente menos que a construção em concreto ou aço, a fundação pode ser reduzida em tamanho – economizando tempo e custo de construção, com um benefício adicional de CO2 com menos concreto.

5. Desempenho térmico: as propriedades isolantes naturais da madeira oferecem alto desempenho térmico. Ao adaptar a espessura da madeira, as propriedades térmicas podem ser ajustadas de acordo com o clima local.

6. Benefícios biofílicos: Sabe-se que a exposição a elementos naturais, como a madeira, tem um impacto positivo no bem-estar humano. O calor e a qualidade da madeira exposta se prestam ao design geral do espaço e economizam em acabamentos adicionais, uma vez que a estrutura atua como acabamento.

À medida que as tecnologias de construção melhoram e as demandas por construções verdes aumentam, as oportunidades de explorar e ultrapassar os limites da construção em MADEIRA MASSIVA só seguirão o exemplo!

Os prédios de MADEIRA MASSIVA não são 100% em madeira, obviamente. Fundações, caixas de escadas e elevadores ainda são feitos em concreto e aço. A tendência mundial é que esses prédios sejam híbridos, pra equilibrar a equação sustentável, ou seja cada vez mais reduzindo o uso de materiais de fontes não renováveis, como o concreto e o aço e aumentando o uso de materiais renováveis, como a madeira.

Texto : Eng. Alan Dias

Paulo Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), um dos palestrantes do encontro, iniciou a palestra dando os parabéns à ABPM pelas ações de certificação, que, segundo ele, elevam a qualidade do produto e levam o Brasil a um patamar internacional. “Quando normaliza o produto, padroniza o mercado, e essa é uma das principais frentes de trabalho da Abimci”, disse.

Ele lembrou que o país tem quase 500 milhões de hectares de área, mas somente 1,62% de árvores plantadas, setor que fornece 93% da matéria-prima. Para ele, o baixo número se deve ao excesso de legislação, entraves etc.

Expediente

Boletim informativo mensal da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM)
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Jornalista responsável e redação: Juliane Ferreira – MtB 04881/PR
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