Nº 707 - SETEMBRO DE 2020
CASAMENTO PERFEITO
Organizar o suporte técnico dos produtores de madeira tratada, bem como, melhorar a qualidade e o desempenho dos produtos acabados, foram algumas das razões que motivaram a fundação do convênio entre a ABPM e o IPT.
Em meados dos anos 60, foram promulgadas leis e decretos federais que regulamentaram o uso de madeira preservada em serviços públicos e, com o aumento da demanda para expandir a produção de postes de madeira para geração de energia elétrica, passou-se a enfrentar diferentes problemas na qualidade do produto final. Por essa razão, a ABPM (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira), junto com o IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas), uniram esforços para mudar este cenário. Começava ali, o primeiro grande desafio, o primeiro passo rumo ao desenvolvimento da cadeia produtiva de madeira tratada no Brasil. Para compreender como tudo isso aconteceu, acompanhe a entrevista concedida por Gonzalo Lopez, presidente da ABPM, e por Gisleine Aparecida da Silva, coordenadora técnica.
Como surgiu a ideia de criar o convênio entre ABPM e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas?
A ABPM (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira) criada em 25 de agosto de 1969, a partir de uma necessidade do mercado, trata-se de uma sociedade civil de direito privado, (sediada até hoje em área do IPT) que congrega os produtores, fabricantes de produtos preservativos, usinas de preservação, usuários e pesquisadores, com uma trajetória pautada pela defesa dos direitos e interesses dos associados e do mercado de madeira tratada, com atuação como fórum nacional do setor de proteção de madeiras e na representação do segmento industrial madeireiro junto aos órgãos reguladores e Poderes Legislativo e Executivo. Para contextualizar o período, devemos lembrar que em meados dos anos 60 foram promulgadas leis e decretos federais que regulamentaram o uso de madeira preservada em serviços públicos, notadamente nas áreas de transporte e energia elétrica. No mesmo período foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF (atual IBAMA), responsável pela aplicação dessa legislação.
Com o aumento da demanda pela expansão da produção de energia elétrica passou-se a enfrentar problemas da qualidade do produto final, com queda da vida útil dos postes, e com a falta de credibilidade para esse produto, o que somado à ausência de especificações técnicas adequadas e com a falta de um controle de qualidade efetivo, para definir parâmetros de qualidade, provocou uma queda do mercado de postes de madeira.
Nesse contexto, formatou-se o convênio para melhorar o suporte técnico aos produtores e consequente melhoria da qualidade e desempenho dos produtos de madeira tratada. No mesmo período surgiram as primeiras normas técnicas regulamentando a forma de tratamento e os parâmetros de penetração e retenção de produtos preservativos.
Então, naturalmente, uma parceria com o IPT, órgão técnico reconhecido nacional e internacionalmente, principalmente através da formatação deste convênio, garante credibilidade e confiança juntos aos mercados de madeira tratada e possibilita que os consumidores e os produtores se certifiquem da qualidade do produto através das análises químicas feitas pelo IPT.
Como vocês enxergam a importância desta parceria?
O IPT e a ABPM têm um papel muito importante no auxílio à criação de normas técnicas do setor e no respaldo técnico aos usuários e produtores de madeira preservada quanto ao aspecto qualidade.
Desde quando o convênio entrou em vigor?
O Convênio foi criado em 1972, inicialmente com o nome Convênio IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) – IPT – ABPM, com a finalidade de dar suporte técnico aos produtores, e com isso melhorar a qualidade e o desempenho de produtos de madeira tratada, e fazer o controle de qualidade da madeira preservada no Brasil. Até hoje este convênio, hoje identificado como Convênio IPT-ABPM, é mantido e utilizado pelos associados da ABPM.
Quais são os segmentos que se beneficiam com esta parceria?
De uma maneira muito resumida, podemos dizer que todos os associados à ABPM, que trabalham nos diferentes segmentos de utilização da madeira tratada, podem se beneficiar diretamente desta parceria.
Atualmente existem unidades de tratamento de madeiras em autoclaves em todas as regiões do Brasil, que envolvem o tratamento de postes e cruzetas para o setor elétrico de distribuição de energia, o tratamento de mourões para o setor rural, de dormentes para o setor ferroviário e que também tem apresentado uma crescente demanda para o tratamento de madeira destinada à construção civil. As construções rurais têm parcela significativa no mercado da madeira tratada e entendemos que o aquecimento no agronegócio no Brasil, principalmente no que se refere à produção de carnes bovina, suína e de frango, por exemplo, tende a manter essa importante participação neste mercado.
O setor ferroviário também apresenta cenário otimista para a madeira tratada em vista da previsão de investimentos significativos em projetos que visam a ampliação, construção e manutenção de ferrovias.
O crescimento e evolução do mercado da construção civil estão ligados ao desenvolvimento e à implantação de importantes normas técnicas como a NBR 16.143 – Preservação de Madeiras – Sistema de Categorias de Uso, na medida em que expõe as referências técnicas para a utilização de madeira tratada para o setor construtivo. A possibilidade de financiamento de programas habitacionais, com construções que utilizam estruturas de madeira tratada, nos traz um cenário de mercado aquecido e que nos trará exigências de qualidade cada vez maiores ao produto madeira tratada.
A ABPM pensa em expandir esta parceria? Se sim, como?
Entendemos que o mercado da madeira tratada passa por um processo de evolução que envolve todas as etapas da cadeia produtiva, desde a capacitação de fornecimento de grandes peças de madeira provenientes dos plantios florestais, de novas tecnologias em produtos, sejam eles os preservativos de madeira ou produto acabado (madeira tratada).
Então os associados contam com uma entidade alinhada aos modernos conceitos de certificação que disponibiliza para o setor industrial e consumidor, o QUALITRAT – programa de autorregulamentação do setor, monitorando e exercendo rígidos controles de procedimentos industriais, ambientais e de saúde. O QUALITRAT é reconhecido pelos órgãos oficiais como exemplo de atuação do setor, sempre preocupado com o avanço tecnológico que integra, desempenho, aspectos econômicos, ambientais, saúde e segurança. É importante também salientar que as ações realizadas pela ABPM no longo dos seus 51 anos de existência, sempre buscaram o disciplinamento, o melhor padrão de qualidade da madeira tratada e o desenvolvimento dos diversos segmentos de utilização da madeira tratada.
Quais são os descontos que os associados têm para a análise de amostras?
Estão à disposição dos associados ensaios químicos, biológicos e físico-mecânicos, com prazos e preços diferenciados, cujo desconto pode chegar a 50% em relação ao preço praticado pelo IPT.
Os associados têm a chance de realizar o controle de qualidade da sua produção a um custo baixo, usufruindo de uma infraestrutura laboratorial que a maioria das empresas não possui.
GRUPO METRA FILIA-SE À ABPM
Recentemente, o Grupo Metra, que surgiu em 1998 como pioneiro na revenda de eucalipto imunizado na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, tornou-se o mais novo associado da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM). “Ao longo de mais de 22 anos de história, construímos nossa reputação no mercado através de grandes marcas. Em 2016 fomos ainda mais longe na busca pela qualidade, investimos na aquisição de um parque industrial com capacidade de produção de 10.000 m³/mês de eucalipto imunizado com equipamentos avançados e processos certificados”, conta o diretor executivo da empresa, Cristiano Rodrigues Lacerda.
Além do parque industrial do grupo, localizado em João Pinheiro/MG, eles contam com mais quatro filiais em pontos estratégicos: Patos de Minas/MG (sede Administrativa), Araxá/MG, Goiânia/GO, Barra do Garça/MT e Araguaína/TO . A empresa atua em áreas rurais desenvolvendo mourões para cercas e currais, e também atende segmentos de eletrificação e construção civil. Além disso, a companhia possui parceiros comerciais em todo território nacional. “Nos filiamos a ABPM, por entender que se tivermos uma associação de classe unida e voltada a fiscalizar e exigir um padrão de qualidade mínima, conseguiremos valorizar ainda mais o eucalipto imunizado”, afirma Lacerda.
LIVE ABPM - NOVO FORMATO QUALITRAT
SINAIS VITAIS DE CRESCIMENTO EM AGOSTO
Ótimas notícias foram divulgadas recentemente no setor do agronegócio, puxados principalmente pelo soja e açúcar. As exportações alcançaram perto de US$ 9 bilhões no mês de agosto, um aumento de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado, divulgou o Ministério da Agricultura, o que deve puxar junto com ele, toda a cadeia produtiva do segmento de grãos e de correlatos. De olho neste sinal está o de madeira tratada para atender ao crescimento do setor também nas construções rurais (mourões, estacas para fruticultura, galpões, etc…).
CURSO DE PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS
A Malinovski, em parceria com o instrutor Flavio Geraldo, sócio honorário da ABPM, oferece o Curso de Preservação de Madeiras. O curso ocorrerá nos dias 6 a 8 de outubro, em ambiente 100% digital e aulas AO VIVO.
Confira abaixo os módulos do curso:
Informações gerais:
Data: 6 a 8 de outubro de 2020.
Horário: 14h às 17h.
Carga horária: 3 horas por dia, total de 9 horas.
Instrutor: Flavio Geraldo, Diretor FG4Mad Consultoria Empresarial.
Garanta sua vaga! Inscrições até dia 02/10.
E não esqueça, associados da ABPM possuem 10% de desconto.
Para mais informações, acesse o site www.malinovski.com.br ou entre em contato por e-mail info@malinovski.com.br ou WhatsApp +55 (41) 99924-3993.
INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O PRÊMIO IBRAMEM DE ARQUITETURA EM MADEIRA 2020
Atenção aos interessados em se inscrever para o Prêmio Ibramem de Arquitetura em Madeira 2020. As inscrições estão abertas até o dia 30 de outubro e acontece totalmente no formato digital, devido a pandemia do Convid-19. Dividido em duas categorias, estudantil e profissional, os ganhadores serão conhecidos no dia 18 de novembro.
NOTA DE FALECIMENTO - DR. ENNIO DA SILVA LEPAGE
É com muito pesar que informamos sobre o falecimento do nosso grande amigo e companheiro de jornada, Dr. Ennio da Silva Lepage, coordenador técnico da ABPM no período de 1971 a 1975. A sua morte nos pegou de surpresa. Neste momento de dor e consternação, só nos cabe pedir a Deus que lhe ilumine e lhe dê paz, e que Deus dê conforto à sua família para que possam enfrentar esta imensurável dor com serenidade.
Agradecemos imensamente o tempo que pudemos conviver com ele, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, honestidade, lealdade, inteligência e competência. Sua dedicação e contribuição na área de preservação de madeira foram essenciais para o desenvolvimento do setor. Devemos sempre lembrar que Deus quer ao seu lado os melhores, e com certeza o nosso amigo já está ao lado do Senhor cumprindo uma nova missão.
Deixamos os nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos.
Boletim informativo mensal da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM)
Contato: info@abpm.com.br – www.abpm.com.br
Jornalista responsável e redação: Juliane Ferreira – MtB 04881/PR
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