- 5 de julho de 2018
- Posted by: Eduardo Souza
- Category: Imprensa
28 de janeiro de 2013
O ano de 2013 começou há menos de um mês e a ABPM – Associação Brasileira dos Preservadores de Madeira – já tem razões para comemorar. Depois de vários anos de trabalho, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou as normas NBR 6232 – Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão, e NBR 16143 – Preservação de Madeiras – Sistema de categorias de uso, que a entidade considera como um marco para o setor
“A ABPM sempre acreditou nas Normas Técnicas como instrumentos de abertura e consolidação de mercados”, pontua Flávio C. Geraldo, presidente da entidade. “Não se trata de coincidência que mercados fortes na utilização de madeira tratada no Brasil – em especial os de postes, mourões, dormentes, carretel para bobinas – têm Normas Técnicas”, complementa.
Elcio Lana, Diretor Adjunto de Normatização da ABPM, enfatiza a importância tanto da revisão de textos antigos quanto da elaboração de novos. “Entendo a publicação dessas normas como forma de desenvolver e disciplinar o mercado, com orientações tanto ao produtor quanto ao consumidor”. Geraldo completa: “Com base na norma, o fornecedor tem condições de garantir ao usuário o desempenho do produto”.
NBR 16143: Preservação de Madeiras – Sistema de categorias de uso – Para trabalhar cada norma, a Diretoria Adjunta de Normatização cria uma comissão específica. Sérgio Brazolin, biólogo do IPT, e coordenador da comissão da NBR 16143, salienta que a utilização da madeira tratada na construção civil precisava de uma norma simples e didática. “Essa ferramenta vai auxiliar engenheiros e arquitetos a decidirem a espécie de madeira e o tratamento adequado para que não ocorram ataques de insetos e apodrecimento do material, aumentando a vida útil do sistema construtivo”. Afinal, seguindo as tradicionais orientações da ABPM, que já se tornaram um verdadeiro mantra, “a escolha do produto e do processo de tratamento depende do tipo de madeira e das condições em que será utilizada.”
“O setor da construção civil não tinha parâmetros para a utilização da madeira tratada. Agora tem. E a nossa expectativa (e desafio) é consolidá-la esse segmento, pois existe um grande espaço a ser preenchido por ela”, declara Geraldo. No Brasil, de acordo com dados estimativos da ABPM, o volume de madeira tratada em autoclave por ano é de apenas 1,5 milhão de m³, sendo que apenas entre 5 e 10% é utilizado na construção civil (de 60 a 65% vai para a área rural, em especial mourões para cerca; 15% para o setor elétrico; e o mesmo percentual para o segmento ferroviário). Nos Estados Unidos são utilizados mais de 12 milhões de m³ de madeira tratada por ano, e aproximadamente 70% da produção destinada ao setor da construção. No Canadá, 3,2 milhões de m³, e na Europa, 4 milhões de m³ somente em sistemas construtivos.
Lana destaca que além das questões técnicas, houve a preocupação com os aspectos legais, portanto todos os princípios ativos dos produtos preservativos mencionados nesse texto normativo estão devidamente registrados no IBAMA.
NBR 6232 – Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão: Gisleine Aparecida da Silva, química, também do IPT, foi a coordenadora da revisão da NBR 6232. “A última versão dessa norma era de 1973, e muita coisa em termos de métodos, equipamentos e produtos preservativos mudou ao longo do tempo. Além disso, ela não contemplava ensaios de retenção, que agora constam da norma e foram acreditados pelo INMETRO”, explica.
Qualitrat e Normas Técnicas – Flávio C. Geraldo ainda chama a atenção para a importância do conjunto formado pelo programa de autorregulamentação do setor de madeira tratada, lançado em 2012, e pelas normas técnicas. “Enquanto o Qualitrat atesta a qualidade e a legalidade na produção da madeira tratada pelas usinas de preservação, a norma garante a parte técnica”.