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FAQ

Perguntas Frequentes

Preservação de Madeiras é a adoção de técnicas que têm por objetivo estender ao máximo a vida útil da madeira em uso.

A escolha do produto e do processo depende do tipo de madeira e da condição de utilização da mesma (vide NBR 16.143) Preservação de Madeiras – Sistema de Categorias de Uso). Simples detalhes construtivos podem ser suficientes para evitar a deterioração, assim como, pode haver a necessidade de tratamentos mais elaborados para fazer com que a madeira dure mais.

A madeira em uso pode estar sujeita ao ataque de vários agentes deterioradores destacando-se os agentes químicos físicos e biológicos. De maior importância econômica estão os agentes biológicos.

Agentes físicos: representado principalmente pela ação combinada dos raios ultravioletas (UV) e a umidade, causando deterioração superficial da madeira, conhecida por intemperismo ou Weathering. A madeira atacada torna-se rugosa com microfissuras e levantamento da grã. A superfície torna-se acinzentada comprometendo o seu aspecto e facilitando a instalação de fungos apodrecedores.
Agentes biológicos: são os mais importantes em termos econômicos. Existem os grupos dos fungos, insetos e perfuradores marinhos.
Fungos: no grupo dos fungos existem os superficiais causadores de bolores e manchas e o grupo dos fungos apodrecedores. Os fungos causadores de bolores e manchas não afetam a estrutura celular das madeiras. Alimentam-se de substâncias depositadas no lúmen das células e, no caso dos manchadores, causam danos irreversíveis (mancha azul ou blue-stain). No grupo dos fungos apodrecedores já ocorre a deterioração das paredes celulares. Existem os fungos de podridão mole, parda e branca, cada qual apresentando características peculiares quanto ao aspecto e modo de ação.
Insetos: vários grupos de insetos utilizam a madeira como fonte de alimento. Os principais deles são: as brocas (Coleoptera) e os cupins (Isoptera). As brocas são insetos não sociais apresentando em geral a fase larval e adulta. É durante a fase larval que se alimenta da madeira podendo causar grandes prejuízos. São 5 principais grupos de famílias que apresentam gêneros e espécies que podem atacar madeiras: Cerambycidae, Scolytidae / Platypodidae, Bostrychidae / Lyctidae e Anobiidae. O ataque desse tipo de inseto é dependente do tipo de madeira e do teor de umidade das mesmas. Os cupins são insetos sociais que, em termos práticos, podem ser divididos em 2 grupos: cupins-de-madeira-seca e cupins subterrâneos. Os primeiros formam suas colônias, com alguns milhares de indivíduos, dentro de peças de madeira susceptíveis a esse tipo de ataque. Vivem exclusivamente dentro da madeira e vão cavando galerias. São organizados em castas representadas pelos reprodutores, operários e soldados. Já os cupins subterrâneos desenvolvem suas colônias sobre o solo, e até mesmo sobre árvores, paredes estruturas de telhado, etc, sempre dependentes do solo. Uma colônia pode apresentar milhões de indivíduos divididos em castas (reprodutores, soldados e alados) e os prejuízos causados são enormes. Ambos os grupos apresentam indivíduos alados (com asas) que são reprodutores que em determinada época do ano são liberados das colônias para formarem casais e desenvolverem novas colônias. São conhecidos popularmente como “siriris” ou “aleluias” que se concentram em pontos de luz em geral na primavera, no início de noites quentes após chuvas.
Perfuradores marinhos: os perfuradores marinhos causam muitos prejuízos à embarcações e estruturas construídas em madeira na faixa costeira. Existem crustáceos e moluscos que causam prejuízos significativos. Dentre os crustáceos destacam-se os gêneros Limnoria e Sphaeroma. Dentre os moluscos, inquestionavelmente, as famílias Pholadinae e Teredinidae são as mais significativas. Teredinideos são os mais importantes economicamente entre todas as famílias de moluscos. Várias espécies são cosmopolitas causando grandes prejuízos à embarcações e construções em ambiente marinho.

A ABPM estimula a utilização da madeira de reflorestamento, (eucalipto ou pinus) que é um recurso natural renovável de ciclo curto, sempre disponível, de baixo custo e tecnologicamente adequada para as mais diversas finalidades, como postes, dormentes, mourões e peças para construção. A utilização de madeiras nativas é também recomendada, por ser permitido o aproveitamento do alburno das toras, contudo, desde que colhidas em áreas de projetos de manejo sustentado.

A madeira pode ser tratada através de processos não industriais e industriais.

Processos não industriais: todo o processo que não envolve a utilização de equipamentos industriais, como moto bombas, vasos de pressão, etc para fazer com que o produto preservativo seja introduzido na madeira. Como exemplo, imersão simples, pulverização, injeção, aditivação de preservativos à cola de painéis, aplicação de pastas e bastonetes difusíveis, entre outros.
Processos industriais: são realizados nas chamadas Usinas de Preservação de Madeira (UPMs) que são unidades industriais dotadas de autoclaves, bombas de vácuo e de pressão, podendo ter fontes de calor, dependendo do tipo de produto utilizado, com sistemas de controle, vagonetas, tanques, áreas de proteção ambiental, pátios de secagem e preparação, e estruturas de movimentação de cargas.

Sim. O processo adotado quase que com exclusividade no Brasil é o de célula cheia que, dependendo da natureza do produto químico utilizado, pode ser denominado como Processo Bethell ou Processo Burnett. O primeiro é quando o preservativo é utilizado à quente e o segundo quando é utilizado à temperatura ambiente.

Carregamento: a madeira seca é carregada na autoclave.
Vácuo inicial: de 600 a 650 mmHg durante um tempo que pode variar de 15 a 30 minutos conforme a permeabilidade da madeira.
Transferência do preservativo: é realizada aproveitando-se o vácuo existente no interior da autoclave. Pode ser completada, se necessário, com o auxílio de uma bomba de transferência. Ao final desta etapa a autoclave deverá estar completamente cheia com a solução preservativa.
Pressão: com a autoclave cheia a bomba de pressão é acionada até que seja atingida a pressão máxima que varia entre 10 Kgf/cm2 a 12 Kgf/cm2. O tempo de pressão é determinado pela permeabilidade da madeira que compõe a carga e pelas suas dimensões. Em geral, peças de eucalipto requerem um tempo de pressão que varia entre 01h30 e 02h00.
Transferência: ao final da fase de pressão, a mesma é liberada e o volume de solução não absorvida pela carga de madeira é retornado ao tanque de trabalho.
Vácuo final: tem como finalidade a redução do excesso de preservativo sobre a superfície da madeira, eliminando-se, assim, desperdícios e contribuindo com maior proteção ambiental. O tempo varia em função da permeabilidade e dimensões das peças de madeira, em geral de 15 a 30 minutos são suficientes.

8.1 – PRODUTOS PARA TRATAMENTO NÃO INDUSTRIAL:

  • Profiláticos Inseticidas:
    Formulações base:
    – Bromados (Tribromofenato de Sódio – TBP )
    – Piretroides Sintéticos (Cypermetrina / Deltametrina)
  • Profiláticos Fungicidas:
    Formulações base:
    – Bromados(Tribromofenato de Sódio)
    – Carbamato e Quelato de Cobre (Cu-8 / Carbendazin)
    – Origem Vegetal (Tanino)
  • Indústria Madeireira / Painéis de Madeira:
    Formulações base:
    – Piretroides Sintéticos (Cypermetrina / Ciflutrin)
    – Pirazóis (Fipronil)
    – Boratos (Borato de Zinco – ZB / Pó e dispersão aquosa)
  • Preventivos / Curativos em Estruturas e Sistemas de Construtivos:
    Formulações base:
    – Pincelamento / Injeção / Imersão / Pulverização
    ― LOSP (Light Organic Solvent Preservatives)
    ― Piretroides (Deltametrina, Cipermetina, Ciflutrina)
    ― Organofosforados (Clorpirifós)
    ― Carbamatos (IPBC)
    – Câmaras de Vácuo / de CO2 / Baixas ou Altas Temperaturas/ Fumigação
    Sistema de iscas e efeitos de transferência
    Formulações base:
    – Pirazóis ( Fipronil ) = inibidor de monoamine oxidase (neurotransmissor – MAO)
    – Nicotinoide (Imidacloroprid) = regulador decrescimento
    – Hexaflomuron = regulador de crescimento (inibidor de síntese de quitina)
    Sistema de iscas e efeitos de transferência
    Formulações base:
    – Pirazóis ( Fipronil ) = inibidor de monoamine oxidase (neurotransmissor – MAO)
    – Nicotinoide (Imidacloroprid) = regulador de crescimento
    – Hexaflomuron = regulador de crescimento (inibidor de síntese de quitina)
    – Difusíveis
    Formulações base:
    – Boratos
    – Fluoretos
  • Preventivos / Curativos em Postes:
    – Sistema Pasta / bandagem: Fluoretos e Creosoto – Uso Suspenso
    – Sistema Pasta / Bandagem e Bandagem Seca:
    ― Nap – Cu, Fluoretos / Boratos.
    – Bastonetes Difusíveis: Boratos e Fluoretos

8.2 – PRODUTOS PARA TRATAMENTO INDUSTRIAL:

– Arseniato de Cobre Cromatado – CCA tipo – C – Óxido
– Borato de Cobre Cromatado – CCB – Base Salina
– Borato de Cobre Cromatado – CCB – Base Óxida
– Creosoto
– QUATs ( ACQs – Ammoniacal Copper Quata A/B/D))
– CA – B ( Copper Azoles – B )
– Boratos (Borato de Zinco e Octaborato Disódico Tetrahidratado)

A lista dos produtos atualmente registrados no IBAMA encontra-se acessível em:
http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas-qa/produtos-preservativos-de-madeiras

Primeiramente, entende-se por tratamento caseiro a manipulação de ingredientes ativos (i.a.) para a obtenção de formulações em pequenas quantidades que serão utilizadas no tratamento de pequenos volumes de madeira para uso doméstico. A ABPM, apesar de reconhecer que conceitualmente o tratamento por substituição de seiva ou banho quente-frio apresenta bons resultados quando realizados em condições estritamente controladas, entende não ser adequado e ao mesmo tempo não recomendado em condições não controladas. A segurança no manuseio de produtos químicos, assim como, a segurança ambiental no descarte de restos e de embalagens infelizmente é desprezada causando problemas de contaminações ao ambiente e problemas de natureza toxicológica aos usuários. O controle e fiscalização desse tipo de atividade são praticamente impossíveis.

À exceção de tratamentos realizados com formulações à base de ingredientes difusíveis, onde a penetração depende da umidade, nos demais tratamentos a secagem é fundamental. Ao se proceder a colheita florestal a madeira é obtida com elevado teor de umidade e o objetivo é a retirada da água de capilaridade, também chamada de água livre, e de parte da água de adesão, esta contida nas paredes celulares da madeira. O teor de umidade da madeira é expresso como uma porcentagem do peso da madeira completamente seca. Isto equivale a dizer que, por exemplo, se uma peça tiver um teor de umidade de 30% isto indica que o peso da umidade desta madeira equivale a 30% do peso desta mesma madeira quando totalmente seca.

Sim. Uma vez atendidos os requisitos da Norma Técnica específica para cada tipo de uso, a madeira tratada deverá apresentar durabilidade, pelo menos 5 vezes, superior a não tratada.

Há 4 formas que podem ser adotadas para secagem de eucalipto roliço. Cada uma com suas vantagens e limitações.

  • Com casca na sombra: secagem mais lenta, menor incidência de fendilhamento, risco de ataque por insetos entre a casca e o alburno.
  • Com casca no sol: secagem um pouco mais rápida, leve aumento no índice de fendilhamento no topo, redução do nível de ataque por insetos entre a casca e o alburno.
  • Sem casca na sombra: secagem gradativa, com possibilidades de ataque por fungos emboloradores e manchadores no alburno, índice de fendilhamento médio.
  • Sem casca ao sol: secagem rápida, com índice de fendilhamento elevado.

Sim, desde que observadas as recomendações descritas na questão “Madeira tratada pode receber acabamento final?”, com a recomendação adicional da aplicação de produtos profiláticos de ação fungicida para se evitar a instalação e desenvolvimento de fungos emboloradores e manchadores.

A madeira pode ser seca artificialmente, em secadores (estufas) ou naturalmente (seca ao ar). Em geral peças brutas como roliças de eucalipto são secas ao ar. Para isto é muito importante que sejam constituídos lotes homogêneos (mesma espécie, mesmo talhão, mesmas dimensões e mesma época de corte) e que tais lotes sejam dispostos em local de boa ventilação, muito bem drenado, com as peças todas separadas entre si, a 1ª camada estando fora do contato com o solo em pelo menos 40cm e, preferencialmente, com a maior dimensão perpendicular à direção dos ventos predominantes.

Madeiras tratadas com produtos de natureza hidrosolúvel, CA-B, CCA ou CCB, podem receber qualquer tipo de acabamento. O ideal são os acabamentos tipo stain que oferecem proteção aos raios ultravioletas, são hidrorepelentes e penetrantes. Além disso, no caso do CCA e CCB, o desempenho destes produtos comprovadamente apresenta maior durabilidade quando aplicados em madeiras com tratamentos cuja composição apresenta o elemento cromo.

Em geral os tratamentos usuais não alteram as características originais da madeira quanto a sua resistência físico / mecânica.

Sim. Cada espécie de madeira apresenta características próprias de permeabilidade quando se aborda o processo industrial em autoclave. Em geral, mas não exclusivamente, porções de alburno são permeáveis. Da mesma forma as madeiras de coníferas que ocorrem no Brasil são praticamente todas permeáveis, à exceção da região medular e nós. Já, cernes de folhosas, apresentam grande variabilidade quanto à permeabilidade. Em geral madeiras de baixa densidade podem apresentar permeabilidade média. As de média para alta densidade, em geral são impermeáveis, a não ser quando se utilizam formulações base difusíveis.

Desde que obtidas de áreas de manejo sustentável o tratamento preservativo em madeiras nativas é muito vantajoso, pois, permite o maior aproveitamento das toras uma vez que admite a utilização do alburno que receberá a devida proteção pelo tratamento.

Sim. A Legislação que regulamenta o setor de preservação se encontra relacionada abaixo.

  • IBAMA – Preservação de Madeiras
  • LEI Nº 4.797, De 20 de outubro de 1965
  • Portaria Normativa 151, De 24 de novembro de 1997
  • Portaria Interministerial Nº 292, De 28 de abril de 1989
  • Instrução Normativa Nº 5, De 20 de outubro de 1992
  • Norma Regulamentadora – NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão (113.000-5)
  • PORTARIA N.º 23, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1994
  • RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002

Clique aqui para acessar os links para as normas técnicas publicadas pela ABNT

  • NBR 16143 – Preservação de Madeiras – Sistema de categorias de uso.
  • NBR 6232 – Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão.
  • NBR 8456 – Postes de eucaliptos preservados para redes de distribuição de energia elétrica.
  • NBR 8457 – Postes de eucalipto preservado para redes de distribuição de energia elétrica – Dimensões.
  • NBR 9480 – Mourões de madeira preservada para cercas (em fase final de revisão).
  • NBR 7190 – Projeto de estruturas de madeiras (em fase final de revisão).
  • NBR 7511 – Dormente de madeira para via férrea.
  • NBR 6236 – Madeira para carretéis para fios, cordoalhas e cabos.

Clique aqui para acessar os links para as normas técnicas publicadas pela ABNT

Projeto de engenharia eletro-mecânico, elaborado para permitir a fabricação e montagem do equipamento que atenda rigorosamente às exigências da NR 13 do Ministério do Trabalho;

  • Projeto de obra civil que atenda rigorosamente os quesitos de proteção ambiental no tocante às áreas de gotejamento, contenções em tanques e recuperação de resíduos;
  • Treinamentos operacionais que permitam a total segurança no manuseio dos produtos químicos nas operações de tratamentos e nas verificações de todos os parâmetros adotados;
  • Adoção de procedimentos, relacionados ao controle de qualidade das soluções preservativas e da madeira tratada;
  • Utilização exclusiva de produtos químicos devidamente registrados conforme determinação da Portaria 292 de 28/04/89;
  • Permanência de profissional devidamente habilitado para as funções requeridas (responsável técnico);
  • Provas de condições técnicas de combate à incêndios;
  • Licença de Operação expedida pelo órgão ambiental competente.